quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A EUFORIA DA PASSAGEM DE ANO

Peço desculpa àqueles que não partilhem o meu sentimento, e que devem ser muitos, mas tenho a dificuldade de não conseguir nos momentos de euforia da passagem de ano, apurar um único pingo de alegria, principalmente quando estão a soar as doze badaladas.
Não é que seja um momento de tristeza, mas a passagem para um ano diferente não me dá qualquer satisfação especial. Já sei que esta ocorrência, tal como a de Natal e similares, é um pretexto para fazer uma festa e muitas outras coisas, mas muitas vezes cai-se no exagero de exagerar tudo. Exageramos a beber, exageramos a comer, exageramos a comprar, exageramos nos nossos sentimentos, exageramos na forma como tratamos os outros… e até no dia seguinte exageramos na ressaca… só não exageramos a trabalhar.
Lembro-me da passagem de ano que coincidiu com a passagem de século, de me interrogar: - se numa passagem de ano normal ficamos eufóricos, que é que devemos sentir numa passagem de século, para comemorar tão distinto acontecimento? Nada. Tudo o que se fez foi igualzinho aos anos anteriores, para além de se acrescentar verbalmente que, não só estávamos a passar de ano, mas também de século.
Os “não-alinhados” como eu, têm um bom remédio para passar o ano de uma forma alegre ou mesmo eufórica – beber uns copos, e a partir daí, é saltar de alegria no momento chave. Nestes termos, é natural já alguém me ter visto a transbordar de felicidade, o problema é que no dia seguinte andei com a garganta seca como uma cortiça e a cabeça pesada como uma pedra, facto que lamentei e jurei não repetir… até outra ocasião.
A passagem de ano já me deu grandes satisfações. Como por exemplo, quando deixar de fumar para o resto da vida, em 1983. Ajudou-me algumas vezes a consolidar amizades e conhecer pessoas novas. E também me ajudou a compreender que não se deve beber tudo de uma vez!
Imagino quantos ou quantas, entram no dia 31 sozinhos e saem no dia 1 com namorada (é o que se diz entrar de carrinho e sair de carrão)! Mas também o contrário pode acontecer e tornar-se uma data de grande pesar. Esses poderão consolar-se pensando que melhores passagens de ano virão!
Também há quem passe o ano na caminha a dormir, mas existem muitos mais que o fazem a trabalhar.
Resumindo, cada um de nós faz (ou tenta fazer) da passagem de ano aquilo que deseja que seja. Por isso uns deitam-se cedo como as galinhas e outros só se deitam quando muitos se levantam.
Esta passagem de ano não bebi, por isso a alegria não foi muita. Na próxima se calhar vou beber, mas sem álcool. Bem, com ainda tenho muito tempo ainda vou pensar até lá.
Bom ano 2012!

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