Sim
finalmente! Finalmente sinto a emergir a cultura das novas gerações.
Em
Portugal, com a permissividade dum regime democrático corrupto, frouxo e
falível, a mediocridade instalou-se, emergindo, não os melhores, mas aqueles
que mais rápido se meteram, os que tinham amigos influentes, os amigos dos
amigos, familiares, padrinhos etc., enfim, instalou-se o denominado
“chico-espertismo” e a lei do desenrascanço, que não mais parou até aos nossos
dias.
Esta
metodologia invasiva, mas tão portuguesa apoderou-se dos diversos sectores da
nossa sociedade e foram a pouco e pouco tolhendo a nossa identidade e o orgulho
de sermos portugueses.
A
política e a cultura foram os sectores que mais se destacaram no derrube social,
sendo que os primeiros, os políticos, deram o golpe de misericórdia ao
conseguirem estabelecer um acordo ortográfico com países com quem não temos
qualquer identidade cultural (eles sim poderão ter alguma connosco), sendo
prova disso a sua resistencia na sua implementação (o Brasil adiou 3 anos) e
outros ainda nem sequer anunciaram data de implementação (Angola, Moçambique,
Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).
Na
parte cultural, a força gravitacional da capital acabou por centralizar todas
as emissões audiovisuais. O povinho passou então a ser banhado por uma cultura
e uma espécie de dialeto (lisboeta e brasileiro) que nada tem a ver com aquilo
que é o nosso país puro e profundo.
Se
é coisa que não suporto é ver na televisão e ouvir na rádio aquelas gajinhas a
falar com voz esganiçada pronunciando um português que parece que levou um
polimento intensivo com um produto abrasivo!
De
repente senti que algo está a mudar. Pela primeira vez senti que as novas
gerações começam a empurrar os velhos e desgastados dinossauros da geração do
25 de Abril. Já era hora de expulsar toda essa cambada de oportunistas e
inúteis, que nada tem feito para além de cuidar da sua vida e levar Portugal ao
buraco donde estamos.
É
na arte e na cultura que vejo emergir toda essa força, também muita criatividade
e muita qualidade. Vejo isso no novo humor, nos novos artistas, nos novos
cantores. Sinto que novamente poderei deixar-me envolver-me pela cultura
portuguesa, e desfrutar daquilo que é a nossa identidade, aquilo que é nosso!
Devagarinho
mas porra (!), finalmente!